Nesta segunda-feira, 11, a Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves ficou lotada de moradores da Linha Alcântara, do Distrito de Faria Lemos, que usaram a tribuna popular para desabafar e exigir respostas do poder público municipal e da Companhia Energética Rio das Antas (CERAN) sobre a enchente que assolou a regido na última segunda-feira, 04 de setembro. Depois desse momento, foram votadas as matérias que estavam na Ordem do Dia.

Mais de 70 moradores da Linha Alcântara, do Distrito de Faria Lemos, compareceram a sesso ordinária da Câmara de Vereadores para conversar com os parlamentares, buscando um auxilio do Poder Legislativo para conseguirem respostas da Companhia Energética Rio das Antas (CERAN) e da própria Defesa Civil Municipal.

Um dos representantes dos residentes da localidade, Alexandre Faccin, foi até a tribuna popular e trouxe alguns questionamentos que surgiram com a tragédia. “Uma coisa que precisamos parar de fazer é diferenciar casa de morador, casa de veraneio, casa de camping, cada um comprou com seu suor, com seu dinheiro e agora nós somos um grupo de pessoas que precisam de respostas e viemos até aqui para iniciar os questionamentos. Primeiro: o que iniciou a enchente? Porque se tivéssemos uma prevendo eficiente, nós poderíamos ter pelo menos salvado nossos pertences. Ninguém daquela localidade perdeu a vida, mas nossos vizinhos Ia de baixo (se referindo aos outros municípios atingidos) poderiam ter se salvado. Segundo ponto: e a CERAN? Eles tem o poder de fechar o Rio e agora eles não tem responsabilidade sobre nada? Como é feito esses alertas? Nunca fomos convidados para conhecer as barragens ou entender como elas funcionam,
6 as crianças. E agora que aconteceu a tragédia ninguém quer assumir a criança, destaca Alexandre

Faccin também fez uma analogia para explicar o que entendeu sobre o ocorrido e pergunta se a CERAN não poderia fazer uma limpeza no Rio para que ele volta ao seu curso normal. “Se derramarmos um copo da agua no plano, ele se espalha, mas se derramarmos em uma escadaria, ela vai descendo os degraus e foi isso que aconteceu com o Rio das Antas. A água foi vindo com muita força, levando as árvores como se fosse pedaços de isopor. Então eu acho que sim, precisamos cobra os responsáveis para entender se isso foi culpa da natureza ou não. Outro ponto, foi feito algum estudo para saber se 0 fundo do Rio não esta assolado? Onde esta indo todos esses barrancos? Na minha casa, a cada enchente eu perco um metro de terreno e não deve ser diferente na de vocês. Aonde está essa terra? No leito do Rio. Se tem uma empresa que explora o Rio, ganha uma fortuna com isso, eles não seriam responsáveis em fazer uma limpeza?; frisa o representante.

Outro morador, Roque Comin, que tem a sua casa na Linha desde 1972, perdeu todos os seus pertences e presenciou o desespero das pessoas vendo suas residências sendo levadas pela agua na noite da tragédia. “Estamos tristes, nunca vimos uma enchente dessa forma. Meu falecido pai quando comprou a casa em 1972, contava que a Agua vinha, mas não chegava lá, depois foi subindo e nessa foi uma desordem total. Subimos 0 morro e sé ficamos vendo a égua subindo. A cada hora subia quase 5 metros. Nem se São Pedro tivesse lá de cima largando as torneiras teria tanta agua assim. Eu tenho certeza que a CERAN é culpada e peco para vocês que solicitem uma CPI nessa empresa, pois na época que foi construída, foi um canetaço, vários órgãos estavam contra e agora nós que sofremos. Batalhamos muito, fizemos pouco a pouco e agora estamos sem nada,” desabafa Comin.
Vários vereadores se manifestaram a favor dos moradores e irão buscar respostas para esses questionamentos. O Presidente da Casa Legislativa, Rafael Pasqualotto (PP) frisou que também irão cobrar um posicionamento da Defesa Civil Municipal. “A gente sabe que vocês não querem encontrar culpados e sim soluções, pois o temor não é reconstruir, é: vai ficar da mesma maneira? Estamos no século 21 e encaramos tragédias como se fossem em 1900, sem internet, sem tecnologia. Hoje nós conseguimos saber se vai chover em um mês, será que ninguém sabia que ia dar uma grande chuva? Será que não estávamos preparados? Eu vejo a Defesa Civil do nosso município muito mal preparada e se não fosse as pessoas individuais, a bagunça seria pior. Eu também quero explicações da CERAN e da Prefeitura Municipal. é preciso ter um alerta para pelo menos minimizar os casos, enfim, s6 quero destacar que essa Casa esta do lado de vocês para tudo que precisarem. Vocês não deveriam ter passado o que passaram em pleno 2023; finaliza Pasqualotto.

Nesta quinta-feira, 14, a Prefeitura Municipal irá se reunir com a comunidade para prestar esclarecimentos. Ainda não há mais informações de como nem de que horas essa reunião ocorre

Pautas da Ordem do Dia

Dos quatro projetos de Lei que estavam em votagdo, trés foram aprovados por unanimidade de votos:

1. A contratação emergencial e temporária de quatro técnicos de saúde bucal;
2. A abertura de crédito de R$ 100 mil para a Secretaria de Agricultura e
3. A inclusão da “Semana Municipal de Conscientização da Saúde do Cérebro’ na terceira semana de setembro

no Calendário Oficial de Eventos da cidade.

Já 0 projeto de autoria do vereador Ari Pelicioli (CIDADANIA) sobre a criação do programa “Câmara vai a Escola’ foi retirada da pauta, após um pedido de vistas do vereador Rafael L. Fantin – 0 Dentinho (PSD) que alegou que era preciso analisá-lo com mais calma, pois se preocupa com 0 impacto educacional que isso pode causar.

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